Circulam rumores da federalização do Porto do Itaqui, exatamente agora, neste grande momento de movimentação, lucratividade e superação do porto maranhense.
O porto é o mais forte instrumento de apoio ao desenvolvimento do Maranhão, tanto pela sua importância, como também por ser o escoadouro natural da produção da sua área de influência.
O Itaqui tem muitos diferenciais: localização estratégica, reduzindo as distâncias aos grandes mercados mundiais; a profundidade natural e a logística privilegiada, fatores que o destacam perante os outros portos.
Iniciou sua operação em 1974. Foi administrado pela Companhia Docas do Maranhão-Codomar até 2001, quando foi transferido, em convênio delegado pelo Governo Federal, ao governo do Maranhão. A partir de então, sob a gestão da Empresa Maranhense de Administração Portuária-EMAP, se credenciou em um dos mais importantes portos do Brasil.
Desde então reforçou sua vocação de porto graneleiro, se tornando o atracadouro preferencial do agronegócio regional e de produtos e insumos necessários à dinâmica do processo produtivo maranhense.
O Itaqui criou asas e se expandiu com a construção e a criação de novos berços de atracação e terminais, como o Tegram e outros relacionados a granéis líquidos, e se transformou no maior movimentador de derivados de petróleo do Norte e Nordeste do Brasil.
Credenciou-se, também como o porto exportador da pujança do agronegócio da região denominada como MATOPIBA, com o funcionamento do TEGRAM, terminal de grão instalado no Itaqui, que hoje opera 5 milhões de toneladas de grãos e é capaz de alcançar até 10 milhões de toneladas em 2019.
Com todo esse potencial o Itaqui é referência mundial e modelo de porto que impôs sua liderança aos olhos do mercado mundial.
E, agora, com esse espetacular acervo, fala-se em retirar esse patrimônio da administração local, causando imensa surpresa e requerendo atuação conjunta das lideranças maranhenses.
A transferência desse patrimônio só trará prejuízos e poderá afetar a economia maranhense. Além de trazer imensas perdas ao empresariado local que luta para sobreviver no momento de crise que o país atravessa.
Transferir o porto, este indutor da economia maranhense, irá inibir diversos investimentos no setor. Por que todo o expressivo valor contabilizado pela EMAP desde 2001, foi reinvestido no próprio porto do Itaqui, favorecendo a sua modernização e ampliando a sua capacidade operacional.
A federalização não garante que esses recursos retornem como investimento e sejam aplicados em benefício no porto do Itaqui. O que a União deve garantir são os investimentos necessário para o porto atingir a dimensão que merece.
Por estes motivos é que a Federação das Indústrias do Estado do Maranhão-FIEMA, instituição responsável pelos anseios da classe produtora do Maranhão não poderia deixar de se manifestar sobre o assunto. E atuar em conjunto com todas as lideranças maranhenses na garantia de manutenção da administração local do porto.
É isso que faremos. Até porque o Porto do Itaqui é nosso e vamos lutar por ele.
Edilson Baldez das Neves
Empresário
Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão-FIEMA
Presidente do Conselho Deliberativo do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa-Sebrae/MA.