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Estudo sobre microeixos de transporte de cargas pode melhorar logística e aumentar competitividade


Data: 7 de abril de 2017
Crédito: Coordenadoria de Comunicação e Eventos

SÃO LUÍS – A chegada dos produtos nos supermercados e o consumo propriamente dito dependem de um processo que se inicia bem antes, na obtenção da matéria-prima, da produção/beneficiamento, até a distribuição/comercialização, finalizando a cadeia produtiva.

Um dos aspectos mais relevantes nesse processo é o tempo e a distância, que estão diretamente relacionados com a logística, que é definida como esse processo de planejamento, implementação e controle dos fluxos de insumos e produtos, na cadeia produtiva, de modo que as mercadorias possam ser transportadas, desde as origens até os destinos, em tempo hábil e em conformidade com as necessidades de quem as demanda.

De acordo com o Plano da Confederação Nacional de Transporte e Logística (CNT), de 2014, estima-se que os custos de transporte corresponderam a 59,8% dos custos logísticos totais. No Brasil, os custos logísticos totais representaram 11,6% do PIB. Em comparação, nos Estados Unidos da América, no mesmo período, em relação ao PIB, os custos logísticos totais corresponderam a 8,7%.

Um estudo técnico inserido no contexto do Programa de Integração Intrarregional da Amazônia, que leva em conta os projetos de integração competitiva regional no setor de cargas de transporte e passageiros por meio de um planejamento estratégico de micrologística para o Estado do Maranhão está sendo financiado pela SUDAM com o apoio da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), da empresa Macrologística e da FIEMA, que resultará no “Projeto Identificação dos Microeixos de Transporte de Cargas”. O objetivo principal é suprir os entes públicos (federal e estadual) como uma priorização de projetos logísticos para o Estado que contemplem não só os grandes eixos logísticos, também chamados de macroeixos estratégicos e macroeixos estruturantes, mas que foquem também na priorização dos microeixos alimentadores e dos microeixos integradores. Este estudo já foi realizado nos estados do Amapá, Amazonas, Pará, Roraima e Tocantins e agora ele está sendo feito simultaneamente no Acre, Maranhão, Mato Grosso e Rondônia.

“O conceito de microeixos é fundamental para se garantir, por exemplo, que as vias de acesso que levam aos principais polos de produção do estado sejam priorizados. Da forma usual, a priorização de projetos logísticos se dá em função dos grandes eixos estruturantes ou estratégicos (ex: BR-010, Estrada de Ferro  Carajás) ou em função de emendas parlamentares. Isto acaba relegando importantes projetos logísticos para determinadas cadeias produtivas para um segundo plano. Nesta metodologia, os microeixos alimentadores, que são aqueles que levam a produção até os macroeixos e os microeixos integradores, rodovias que interligam cidades fundamentais no interior do estado, para o bem-estar da população também são priorizados, cada um seguindo uma metodologia específica e particular”, destacou o consultor da Macrologística, Olivier Girard.

“A má conservação das estradas representa atualmente uma perda de 20 a 25% no valor agregado. Isso faz com que percamos a competitividade e inviabilize a exportação dos produtos. É imprescindível que tenhamos boas rodovias para escoar a produção!”, destacou o empresário Benedito Mendes, que atua no ramo de cerâmica para construção civil, soja e arroz, ressaltando que as BR´s 222 e 235 são gargalos para todo o setor produtivo do Estado. 

Para o empresário que também atua no setor de arroz, a situação é preocupante. “Com o aumento do preço do frete, diante das condições das estradas, o produto fica mais caro e assim acaba perdendo a competitividade para exportar”, ressalta Mendes que atua com exportações para América do Norte, Europa e Oriente Médio.

A ampliação da infraestrutura e da logística é um dos maiores desafios e gargalos da economia maranhense, e que precisam ser urgentemente superados, a fim de não comprometer o crescimento. “Toda essa demanda na área de logística é abordada como um eixo estratégico definido no Plano de Desenvolvimento Industrial da FIEMA (PDI) 2009-2020, que articula e organiza iniciativas e ações voltadas para o desenvolvimento da indústria do Maranhão. O programa de expansão de melhoria do sistema de transporte e logística é constituído por cinco projetos, que visam à criação de condições para melhoria da competitividade econômica do Maranhão, redução de custos e aumento da velocidade de transporte. Os problemas com logística afetam todos os setores da economia do Maranhão”, assinalou o presidente da FIEMA, Edilson Baldez das Neves.

“O estudo da oferta atual de infraestrutura existente no estado e o estudo das cadeias produtivas que mais geram demanda, em termos de movimentação logística (fluxos de origem-destino), já foram realizados. Estamos agora iniciando a última etapa do projeto que inclui o estudo da utilização de capacidade das principais vias por microrregião, o levantamento dos projetos logísticos federais, estaduais e privados, a classificação destes projetos conforme os eixos em que se encontram (macroeixos estratégicos e estruturantes, microeixos alimentadores e integradores) e o estudo de priorização dos projetos para cada tipo de eixo”, destacou Olivier.

“Para a indústria, comércio e serviços, esses entraves causam prejuízos incalculáveis. Um efeito literalmente cascata. Na indústria, os empresários são obrigados a dilatar prazos de entrega de mercadorias e produtos. Prazos maiores significam fretes mais caros. E isso é custo para a produção, menor margem de lucro ou diminuição da capacidade de crescimento”, finaliza o presidente da FIEMA.

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