RECIFE - A Associação Nordeste Forte lançou, nesta sexta-feira (14), o roadshow “Investimento e Desenvolvimento do Nordeste”. O evento reuniu os presidentes das Federações das Indústrias da região, a Sudene, o Banco do Nordeste (BNB), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex-Brasil), na Casa da Indústria, em Recife. O presidente da FIEMA, Edilson Baldez das Neves, que também é vice-presidente da Associação Nordeste Forte, participou ativamente da iniciativa, que vai beneficiar os estados da região, acompanhado do diretor da Federação, Luís Fernando Renner, presidente do Conselho Temático de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico (COPIN) da entidade.
O roadshow, promovido pela Associação Nordeste Forte e Sudene, visa promover políticas para o desenvolvimento econômico da região, incrementar a indústria, debater projetos e propostas de interesses comuns, e, assim, elaborar um modelo estratégico para atração de investimentos.
“Com um trabalho sério e permanente, a Associação está cada vez mais fortalecida para reivindicar tudo que seja voltado para o crescimento da Região Nordeste. Temos que ter uma postura incansável e elegantemente intolerante, para resgatarmos o prejuízo que ficou para trás”, ressaltou Baldez acerca do encontro.
O presidente da Associação Nordeste Forte, Amaro Sales de Araújo, presidente do Sistema FIERN - Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, ressaltou a aprovação da convalidação dos incentivos fiscais estaduais e da reforma trabalhista, como positivas para a retomada do crescimento da economia. “A convalidação dos incentivos fiscais traz uma tranquilidade para o empresariado. Não há como fazer um Brasil diferente, um Nordeste diferente, sem os incentivos fiscais. E a modernização das leis de trabalho é fundamental para sermos mais competitivos, pois tira o medo dos empresários de investir, permitindo maior contratação, mais emprego, mais renda”, frisa.
Este é o primeiro de uma série de encontros regionais que serão realizados nos nove estados do Nordeste, e vai viabilizar um modelo de atração de empresas para a região sem alterar a estratégia de incentivo fiscal entre os estados.
ASSOCIAÇÃO NORDESTE FORTE - Fundada há um ano, a Nordeste Forte é formada pelas nove Federações das Indústrias da Região Nordeste. É presidida pelo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, Amaro Sales (FIERN); e tem como vice-presidentes os presidentes das Federações dos Estados de Pernambuco, Ricardo Essinger (FIEPE); Ceará, Beto Stuadart (FIEC); Alagoas, José Carlos Lyra de Andrada (FIEA); Paraíba, Francisco Gadelha (PB); Maranhão, Edilson Baldez das Neves (FIEMA); Bahia, Antonio Ricardo Alvarez Alban (FIEBA); Piauí, Antônio José de Moraes Souza Filho (FIEPI); e Sergipe, Eduardo Prado de Oliveira (FIES).
MAIS CRÉDITO – Entre as medidas apresentadas para melhorar acesso ao crédito, durante o lançamento do roadshow “Investimento e Desenvolvimento do Nordeste”, no auditório da FIEPE, o Banco do Nordeste anunciou a redução da taxa de juros para capital de giro. As taxas passam a ser de 0,88% ao mês para pequenas empresas e 1,32% ao mês para as grandes empresas.
O assessor da área industrial do BNDES, Lucas Linhares, levou em primeira mão para os presidentes de Federações e autoridades que participaram do evento a nova política territorial do banco. A Política de Dinamização Regional e fortalecimento de Redes de Cidades, que busca identificar como fomentar a economia em três tipos de localidades (cidades com renda menor que 75% da média nacional, cidades médias nas áreas prioritárias e microrregiões, como capital e regiões metropolitanas), com duas linhas de investimentos.
A consultora da CNI, Suzana Peixoto, apresentou durante o evento uma série de projetos e consultorias disponibilizadas pela Confederação Nacional das Indústrias aos empresários, como o Núcleo de Acesso ao Crédito, já presente em sete estados da região, inclusive o Maranhão, que facilitam, por meio de capacitação a tomada de crédito necessário ao funcionamento das empresas.
SUDENE – Na palestra de abertura do lançamento, o superintendente da Sudene, Marcelo Neves, destacou que há recursos disponíveis para financiar projetos com recursos do FDNE e defendeu o uso de incentivos fiscais como instrumento de desenvolvimento regional.
As empresas que se instalam na região da Sudene têm direito a incentivos fiscais, que variam entre 30% e 75% sobre o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), além de descontos no PIS/PASEP e Confins para aquisição de novas máquinas. A concessão de incentivos fiscais reflete na criação de postos de trabalho, destaca Marcelo Neves, com 383.631 empregos diretos criados entre 2012 e 2015 e outros 145.862, de 2016 e 2017. “São políticas diferenciadas para reduzir as desigualdades regionais. Com investimentos e planejamento para ter crescimento econômico”, afirma Neves.
Reestruturada em 2007 após processo de desmobilização e extinção em 2001, a “nova Sudene” é uma autarquia vinculada ao Ministério da Integração Nacional, que trabalha para se reafirmar como indutor regional atuando nos nove estados do Nordeste e no norte dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo.