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“Brasil precisa aproveitar vantagens competitivas para desenvolver a indústria”, diz presidente da CNI


Data: 21 de dezembro de 2023
Crédito: Coordenadoria de Comunicação e Eventos do Sistema FIEMA
Fotos: Site Indústria Verde
Fonte da notícia: Coordenadoria de Comunicação e Eventos do Sistema FIEMA

Desde que tomou posse, no final de outubro, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, tem defendido a importância de o Brasil aproveitar o contexto global para investir no que tem chamado de neoindustrialização. Para o executivo, as vantagens competitivas do país diante da demanda por uma indústria verde e pelo desenvolvimento sustentável nos colocam em posição de destaque. “Esse é o momento para alavancarmos, e não ficarmos a reboque desse trem. Não podemos perder essa oportunidade”.

Em Dubai, o presidente Alban falou ainda sobre a participação da CNI na COP28, sobre os desafios para a descarbonização da indústria brasileira, o contexto brasileiro nas relações comerciais internacionais e a inclusão das micro e pequenas indústrias nas rotas das exportações.

O que motivou a CNI a promover o Dia da Indústria no Pavilhão do Brasil na COP28?

O que nos motivou foi o simples fato de que setor industrial, setor privado e governo precisam estar juntos. Como é que nós podemos fazer o melhor pela indústria, pelo Brasil, se não trabalharmos mutuamente? Além disso, a atividade também foi reflexo do reconhecimento – por parte do governo – da importância da indústria para o país e, por parte da indústria, dos esforços empenhados pelo Executivo Federal para a valorização do setor. Apenas para citar alguns exemplos, tivemos a volta do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, com a proposta de fazer a neoindustrialização, e a discussão da nova política industrial focada no que todos queremos: manufatura, agregação de valor. Por fim, precisamos aproveitar esse momento onde o mundo está cobrando a indústria verde e a sustentabilidade, que o Brasil tem tantos bons exemplos para dar, mas que, infelizmente, o mundo não conhece.

No que consiste essa neoindustrialização?

Neoindustrialização é uma palavra que foi utilizada com muita sapiência pelo nosso ministro e vice-presidente Geraldo Alckmin. Ela parte do princípio de que precisamos ter um novo país, uma nova economia e uma nova indústria. A grande aposta da neoindustrialização está no apelo global por uma indústria com menor impacto ambiental ao longo de toda a cadeia produtiva, e o Brasil tem muito valor a agregar por conta da nossa energia limpa. Além disso, a neoindustrialização pressupõe um encadeamento produtivo, ou seja, não vamos ter só as grandes empresas, os grandes players exportando. Então, precisamos dar apoio às pequenas e médias indústrias para que elas também participem fortemente do mercado internacional.

Quais são os principais desafios para a indústria brasileira avançar na descarbonização?

Para começar, nós temos o que chamamos de Custo-Brasil. Também temos dificuldade constante de financiamento. Precisamos trazer o setor privado financeiro para uma corrente de investimentos. Não adianta nos iludir, não vamos fazer a inovação tecnológica, a digitalização e a sustentabilidade sem financiamento. Nos últimos tempos, a indústria ficou descapitalizada. E essa descapitalização levou ao que estudos chamam de desindustrialização, mas que não é bem uma desindustrialização. Quer ver um exemplo muito simples? Se olharmos o agronegócio, ele sempre foi pujante e teve momentos muito positivos, até em termos de financiamento. E onde foi que a nossa indústria mais desenvolveu? Exatamente nas atividades focadas em atender as necessidades do agronegócio de equipamentos, de tecido, de fertilizantes ou de defensivos agrícolas. Esse setor industrial é pujante porque havia recurso, havia financiamento e ele foi desenvolvido. O que nós precisamos é expandir isso para todo o setor industrial.

Durante a COP28, a CNI assinou memorandos de entendimento com várias câmaras de comércio do mundo. Qual a importância da internacionalização para a indústria brasileira?

Quando a gente pensa em encadeamento produtivo, o comércio bilateral ou de blocos torna-se estratégico. Nesse sentido, a CNI está criando uma área específica, a Superintendência de Assuntos Internacionais, porque acreditamos que muitas empresas vão demandar suporte em relação a essa agenda. A área internacional vai buscar na correspondência entre os países soluções e condições de forma que todas as economias envolvidas sejam fortalecidas, resultando em um cenário de ganha-ganha.

O senhor tem dito que estamos em um momento único. No que consiste esse momento?

Estamos diante da demanda de desenvolver uma indústria verde, inovadora e inclusiva. Nesse contexto, o mundo inteiro está revisitando suas políticas industriais, e nós não podemos ficar a reboque desse trem. Não precisamos nem ser o maquinista desse trem, porque não estamos atrás de protagonismo. O que não podemos é perder a oportunidade que o mundo está nos dando, e vamos entrar nesse trem de qualquer jeito. Não vamos entrar pela porta da frente para não sermos atropelados, mas vamos entrar pela porta lateral principal para que a gente aproveite as oportunidades e possamos garantir um desenvolvimento social sustentável. Só tem uma forma de ter desenvolvimento social: é ter crescimento econômico. Não podemos perder essa oportunidade.

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