SÃO LUÍS – Mercado de produtos de panificação, formação e progressão salarial de padeiros e compras coletivas foram alguns dos temas discutidos nesta quarta-feira (19/03) durante “Café com Empresários do Setor da Panificação”. O encontro foi promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), por meio do Núcleo de Associativismo e Negócios (NAN), e do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria de São Luís (SINDIPAN).
Durante o encontro, que teve como tema “Construindo um Futuro Melhor para a Panificação", a presidente do SINDIPAN, Francina Rosa, ressaltou a importância de os associados participarem ativamente do dia a dia do sindicato. “A colaboração mútua é fundamental para enfrentarmos os desafios do setor”, frisou. O presidente da FIEMA, Edilson Baldez; o vice-presidente executivo, Celso Gonçalo; o superintendente da entidade, César Miranda, e Pedro Robson Holanda, 1° secretário da FIEMA e diretor do SINDIPAN, também enfatizaram os benefícios do associativismo para as empresas.
CASA DA INDÚSTRIA - Baldez disse que depois de discutir as mudanças trazidas pela reforma tributária de forma geral, a FIEMA vai trazer especialistas para discutir as implicações das mudanças para cada setor em específico, incluindo o da panificação, devido à complexidade da legislação. Baldez reforçou que a panificação é um setor de muito potencial no estado e que a qualificação profissional é importante para desenvolver a indústria. “A união e trabalho conjunto dos membros do sindicato são essenciais para promover o crescimento do setor”, frisou.
Celso Gonçalo, que também é presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE-MA, falou dos convênios firmados com as entidades do Sistema S para o desenvolvimento das indústrias. Ele destacou que o Sistema S é uma iniciativa dos empresários e que, por isso, é fundamental que eles participem ativamente. “Devemos manter um diálogo constante entre as instituições e os empresários para garantir que as demandas do setor sejam atendidas e que as ações sejam eficazes”, falou, acrescentando que há recursos destinados à educação e capacitação por meio de iniciativas das entidades do Sistema S, como SESI e SENAI.
A Federação das Indústrias é um espaço de apoio aos empresários do setor produtivo. O superintendente da entidade, César Miranda, falou aos empresários do setor de panificação de programas e ações desenvolvidos por entidades do Sistema FIEMA para as empresas industriais e seus funcionários, a exemplo do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF-MA). “A FIEMA está de portas abertas para colaborar e facilitar o crescimento do setor de panificação no estado”, destacou.
O “Café com Empresários” é uma dessas iniciativas da FIEMA voltada para os sindicatos associados. Nesta edição, foram discutidos temas como mercado de produtos de panificação, formação e progressão salarial de padeiros, compras coletivas e a reestruturação do Estatuto do SINDIPAN.
Fernanda Moreira, advogada do Sistema FIEMA, especialista em Direito Empresarial e do Trabalho, destacou a importância da reestruturação do Estatuto do SINDIPAN. Ela ressaltou que a última atualização do documento ocorreu em 2008 e que, embora o Estatuto esteja consolidado, é necessário modernizá-lo para refletir as mudanças nas relações de trabalho e garantir a transparência e segurança jurídica. Fernanda esclareceu ainda que o Estatuto Social é fundamental para a organização do sindicato, pois estabelece regras de funcionamento, direitos e deveres dos associados, além de nortear as assembleias e a governança.
PANORAMA DA PANIFICAÇÃO - Já Carlos Jorge Taborda, coordenador do Observatório da Indústria do Maranhão, contribuiu com insights sobre o “Panorama Atual da Panificação no Maranhão”. Ele mostrou que há um grande potencial de crescimento para o setor de panificação no estado. Um exemplo é o consumo de pão francês no estado, que é de 7 quilos per capita por ano, enquanto no Brasil é de 9kg e no Nordeste de 11k. Carlos também mencionou que o Maranhão possui 2.344 empresas ativas no setor de planificação, empregando 3.707 pessoas, e que a maioria dos consumidores prefere comprar pão em padarias, o que representa uma oportunidade para estimular o aumento do consumo e a diversificação da oferta de produtos.
Alguns dos caminhos para aproveitar esse potencial da panificação maranhense podem passar pelas compras conjuntas das empresas do setor e pela qualificação dos profissionais da área, como o padeiro. Com participação online, o coordenador de Negócios da empresa Área Central, Dhyure Rodrigo, abordou o conceito de compras coletivas, explicando como essa prática pode ajudar a reduzir custos e aumentar a competitividade entre os empresários. “Ao se unirem, os empresários podem negociar melhores preços com fornecedores, aproveitando o poder de compra do grupo”, disse ao detalhar como funciona a plataforma de compras.
Se economizar na compra de insumos ajuda, qualificar os funcionários também. Por isso, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-MA) foi convidado a elaborar proposta para formação profissional no setor, começando pelo padeiro, para posterior criação de modelo de progressão salarial. Geovana Campos Corrêa, instrutora do SENAI-MA, apresentou um projeto de formação profissional para padeiros, estruturado em cinco níveis, que visa valorizar a profissão e atender às diferentes experiências dos trabalhadores, desde iniciantes até os mais experientes. “A valorização do padeiro é essencial, pois a profissão está em ascensão e requer conhecimento e evolução constantes”, reiterou.
Os empresários que participaram saíram satisfeitos com a riqueza de conteúdos abordados nesta edição do “Café com Empresários da Panificação”. Fábio Macedo de Oliveira, da panificadora Pães da Fé, expressou sua satisfação com o trabalho da FIEMA e a parceria com o SINDIPAN. “A formação dos trabalhadores da panificação em diferentes níveis valoriza os profissionais e os motiva a buscar conhecimento e isso resultará em um atendimento de maior qualidade nas padarias, beneficiando diretamente os clientes”, concluiu.