SÃO LUÍS – Nesta quarta-feira (16/04), a Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA) promoveu encontro sobre o desenvolvimento logístico na região, com foco nos impactos para o Arco Norte. A empresa VLI apresentou investimentos da ordem de R$ 400 milhões que estão sendo realizados em parceria com outros players, como a Vale, Copi Operações Integradas (COPI), Ferrovia Transnordestina Logística (FTL) e o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram). 

 

A VLI, uma das principais operadoras logísticas do Brasil, possui uma estrutura societária robusta, com participação de grandes investidores como Vale, Brookfield, BNDES, FI-FGTS e Mitsui. Com cerca de 7 mil empregados, a VLI opera em quatro ferrovias (Centro Atlântica, Norte-Sul, Vitória a Minas e Carajás) por onde foram transportadas mais de 60 milhões de toneladas de carga e 43 milhões de toneladas em sete estruturas de operações portuárias no ano passado. 

 

Os investimentos realizados pela VLI nos últimos cinco anos no Arco Norte somam mais de R$ 650 milhões, com destaque para a aquisição de locomotivas e vagões, além de melhorias em terminais e pátios. Estão sendo construídas novas linhas férreas para ampliação da capacidade de carregamento, que visam aumentar a eficiência e a competitividade da logística na região.

 

O vice-presidente executivo da FIEMA e presidente do Centro das Indústrias do Estado do Maranhão (CIEMA), Cláudio Azevedo, destacou a relevância dos investimentos da VLI em logística para a indústria do Maranhão. Ele mencionou que os investimentos, que somam cerca de 3 bilhões de reais, abrangem a construção de ferrovias e a ampliação de terminais no estado, beneficiando setores como a construção civil e a metalurgia.

 

MODAL FERROVIÁRIO – Cláudio Azevedo ressaltou ainda a importância da maior oficina de vagões da américa Latina localizada em Imperatriz, que presta serviços à VLI e impulsiona a economia local. “Os investimentos da VLI não têm retrocesso, especialmente considerando a demanda e o potencial do Maranhão no agronegócio e na produção de grãos. Esses investimentos reforçam a posição estratégica do Porto do Itaqui no Arco Norte, destacando sua importância como um dos maiores portos do mundo”, disse.

 

A apresentação realizada pela VLI se deu durante encontro intitulado “Desenvolvimento Logístico para o Maranhão e os Impactos para o Arco Norte”, que contou com a participação de empresários industriais, secretários de governo e representantes de instituições como Banco do Nordeste, Aprosoja Maranhão e da Zona de Processamento de Exportação de Bacabeira e Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP). 

 

Durante a apresentação, Angelo Stradioto, diretor de Projetos e Planejamento Estratégico da VLI, destacou a importância do modal ferroviário para o desenvolvimento logístico do Maranhão e do Arco Norte e enfatizou que a VLI está investindo na ampliação da capacidade ferroviária e portuária, o que permitirá uma operação mais eficiente e de menor custo, beneficiando toda a cadeia produtiva.

 

Stradioto disse que a ferrovia é essencial para concentrar grandes volumes de carga, tornando o sistema mais produtivo e econômico. Ele também ressaltou que a VLI não realiza esses investimentos sozinha, mas em parceria com outros players do setor, o que é crucial para o sucesso do sistema logístico.

 

ARCO NORTE - Angelo Stradioto, ressaltou que o Maranhão tem uma posição geográfica privilegiada e, apesar de seu potencial, enfrenta desafios, especialmente em relação à capacidade portuária. A baixa capacidade de escoamento portuário é um dos principais obstáculos para que o estado alcance todo o seu potencial logístico. O Maranhão é um vetor logístico importante para estados vizinhos, como Piauí, Mato Grosso e Tocantins, que dependem do estado para suas exportações. Ele ainda elencou as cargas que se beneficiarão dos investimentos da VLI, incluindo commodities agrícolas (como soja e milho), minerais (como bauxita e manganês), além de combustíveis e celulose.

 

Os projetos de expansão e melhorias na infraestrutura logística são fundamentais para garantir o protagonismo do Arco Norte no longo prazo, destacando a importância de parcerias e investimentos contínuos para o desenvolvimento sustentável da região. O encontro foi uma oportunidade valiosa para discutir as perspectivas e desafios do setor logístico no Maranhão.

 

Gesiel Dal Pont, vice-presidente da Aprosoja Maranhão, destacou que a logística é um dos principais desafios enfrentados pelos produtores agrícolas no estado, impactando diretamente os custos de produção. Ele apontou que apenas 30% das rodovias brasileiras estão em boas condições, o que eleva os custos logísticos. Dal Pont tratou ainda da importância da ferrovia para reduzir esses custos e pediu mais investimentos e incentivos governamentais, especialmente em relação às licenças ambientais, para melhorar a infraestrutura. “Uma logística mais eficiente permitiria aos produtores investirem em tecnologia, gerando mais empregos e renda, e promovendo uma agricultura próspera no Maranhão”, falou.

 

Pedro Dantas da Rocha Neto, presidente da ZPE de Bacabeira, também participou do encontro e falou da conexão entre a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) e o Porto do Itaqui, destacando que essa ligação é crucial para a exportação de produtos. “Os investimentos em logística são fundamentais para posicionar o Maranhão no Arco Norte e o Porto do Itaqui precisa se modernizar para operar contêineres, evitando o transporte ineficiente de mercadorias por longas distâncias. O transporte de insumos e a movimentação de cargas, como o óleo bruto para a refinaria que será instalada na ZPE Bacabeira será importado e exportado por meio do porto”, lembrou.