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Hub Agro pode impulsionar cadeia produtiva do arroz no Maranhão


Data: 26 de maio de 2025
Crédito: Coordenadoria de Comunicação e Eventos do Sistema FIEMA
Fotos: Comunicação / Sistema FIEMA
Fonte da notícia: Coordenadoria de Comunicação e Eventos do Sistema FIEMA

SÃO LUÍS – A cadeia produtiva do arroz no Maranhão, que se destaca como o maior produtor do cereal no Nordeste e o quinto do Brasil, está prestes a passar por uma transformação significativa com a criação de um Hub Agro na cidade de Miranda do Norte. O projeto foi idealizado pelo Sindicato das Indústrias do Arroz do Estado do Maranhão (Sindiarroz) visa integrar uma rede de empresas para oferta de produtos e serviços que atendam às necessidades dos produtores e das indústrias de beneficiamento do cereal.
De acordo com dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Maranhão é o maior produtor de arroz do Nordeste, com 175,8 mil toneladas em 2023 e o quinto do país, representando 1,7% da produção nacional. O Rio Grande do Sul lidera a produção brasileira com 7,1 milhões de toneladas, o que representa quase 70% da produção de arroz no país, seguido pelos estados de Santa Catarina, Tocantins e Mato Grosso.
O Maranhão importa arroz especialmente do Uruguai e da Argentina. Em 2023, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o arroz ocupou o 11º lugar em termos de valor e a 10ª colocação em termos de peso, com 56,3 mil toneladas importadas. O consumo per capita do cereal no estado é de 52,4 quilos, de acordo com informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/2022). Com base nesse consumo e na população do Maranhão, com mais de 6,7 milhões de habitantes, ainda há espaço para a produção de mais de 123 mil toneladas visando o consumo interno.
Historicamente, a área cultivada de arroz no Maranhão tem se expandido, especialmente nas últimas décadas, impulsionada por investimentos em infraestrutura e pela adoção de práticas agrícolas mais eficientes. Municípios como São Mateus, Grajaú, Arari e Balsas se destacam na produção, contribuindo para o crescimento do setor.
DESAFIOS - Apesar de haver cultivo de arroz em praticamente todos os 217 municípios maranhenses, o mapeamento da cadeia produtiva do arroz realizado no âmbito do Projeto Inova Sindicatos, realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA) em parceria com o SEBRAE-MA, identificou alguns fatores que desafiam o setor.
Entre os principais desafios apontou a baixa produtividade, a dificuldade na aquisição de maquinário, a resistência à formalização trabalhista e o alto custo de produção. A consultoria do projeto, realizada pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL-MA), revelou que a falta de capacitação e a escassez de profissionais qualificados são barreiras significativas para o crescimento do setor.
Além disso, a produção aponta que entre os maiores desafios estão a deficiência em estruturas para a secagem e armazenagem de grãos e o escoamento da safra em rodovias, com estradas em péssimo estado. A falta de energia elétrica adequada também impacta negativamente o escoamento da produção. Daí porque a formação de cooperativas, que hoje envolvem apenas 35% dos produtores, surge como caminho para otimizar compras coletivas, acesso a tecnologias e comercialização. Essa é uma das recomendações fruto do Projeto Inova Sindicatos.
Para enfrentar esses desafios, o Sindiarroz implementa um plano de desenvolvimento focado em realizar ações, como a do Hub Agro, conjuntamente com os parceiros para solucionar os entraves existentes, fortalecer o setor produtivo, unificar uma rede de parceiros públicos e privados em prol da capacitação, inovação e melhorias na infraestrutura. Além da formação de cooperativas, a promoção de técnicas de agricultura de precisão e a criação de centros de formação em parceria com fornecedores de equipamentos são algumas das ações recomendadas para aumentar a produtividade e reduzir os custos de produção. A diversificação de produtos, como a produção de farinhas e alimentos processados à base de arroz, também se mostra uma estratégia promissora para agregar valor e atender a diferentes nichos de mercado.
INOVAÇÃO - Em resposta a esses desafios, o Hub Agro em Miranda do Norte se apresenta como uma solução inovadora. A cidade foi escolhida por sua localização estratégica, que facilita o acesso a diversos produtores na região. O Hub Agro funcionará como um centro de integração, onde empresas poderão se instalar e colaborar para o fortalecimento da cadeia produtiva do arroz.
Jeremias Gaspar, presidente do Sindiarroz, destaca a importância das parcerias com diversas entidades, como o governo do estado, FIEMA, SEBRAE, SENAR e CONAB, para a cadeia produtiva do arroz. Ele menciona que além do Hub Agro, muitas outras ações estão sendo realizadas por meio do projeto desenvolvido pelo sindicato em prol do desenvolvimento do setor, como a redução de ICMS para 2%, o que tem contribuído para o crescimento da produção.
 “Para que o setor destrave, estamos trabalhando em questões como regularização fundiária das áreas de cultivo de arroz e no licenciamento ambiental para garantir a segurança jurídica dos produtores, permitindo acesso a financiamentos e melhorias tecnológicas, e articulando alianças estratégicas para que possamos resolver a deficiência em secagem e armazenagem dos grãos, que hoje é um dos maiores gargalos do setor produtivo. Acreditamos que, com o apoio contínuo de parceiros, a qualidade e a produtividade do arroz maranhense podem ser elevadas, visando a autossuficiência e a satisfação do mercado consumidor interno’, resumiu o presidente do Sindiarroz.
Em recente reunião com participação de representantes de instituições como a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), FIEMA, Sindiarroz, Banco do Nordeste, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Camil Alimentos, foram exploradas possíveis soluções para os problemas que o setor apresenta, incluindo acesso a programas de financiamento.
Ubiratan Silva, secretário adjunto de Infraestrutura e Projetos da Secretaria de Indústria do Estado (SEINC), falou durante a reunião da existência de equipamentos como distritos industriais e parques empresariais em várias localidades do Maranhão, como Timon, Caxias, Imperatriz, Pinheiro, Aldeias Altas, Grajaú, Balsas, Porto Franco e Estreito que podem ser utilizadas para armazenagem de todos os tipos de grãos, incluindo arroz.
O produtor José Cláudio Queiroz de Melo, conhecido como Juruna, concorda que o estado tem potencial para produzir arroz de qualidade, mas a quantidade ainda é inferior a de estados como o Rio Grande do Sul. O agricultor produz anualmente entre 40 e 45 mil sacas de 50 quilos de arroz sequeiro, em São Mateus, e arroz irrigado em Arari. “É urgente melhorar a infraestrutura das estradas, ter assistência técnica e políticas que favoreçam os produtores locais”, disse Juruna. Ele acrescentou ainda que a falta de locais para armazenagem é um gargalo significativo e que é fundamental a colaboração entre os agricultores e o respeito às particularidades regionais para o desenvolvimento sustentável da agricultura no Maranhão.
Com mais de 2 mil cooperados no país, a COOPERJA tem uma das suas unidades de negócio em Miranda do Norte. A agroindústria beneficia 50 mil sacas de 30 quilos de arroz por mês. O produto é comercializado em São Luís e cidades do interior. Micael Brunelli, gerente da COOPERJA no estado, informou que a cooperativa adquiriu uma indústria local de pequeno porte e está expandindo a sua atuação na região. “Nós buscamos colaborar com nossos associados, inclusive fornecendo suporte técnico”, destacou. Além da COOPERJA, a Camil Alimentos, uma das principais empresas do setor alimentício no Brasil, atua no Maranhão com sede em Itapecuru-Mirim.
Com a criação do Hub Agro e as ações executadas pelo Sindiarroz por meio de parcerias, o Maranhão tem a oportunidade de não apenas fortalecer sua cadeia produtiva do arroz, mas também de se posicionar como um polo de inovação e desenvolvimento no setor agrícola. A integração entre produtores, indústrias e instituições de ensino pode resultar em um ciclo virtuoso de crescimento, beneficiando toda a economia local e garantindo que o arroz maranhense chegue à mesa do consumidor com qualidade e eficiência.

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