SÃO LUÍS – A Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA) e o Centro das Indústrias do Maranhão (CIEMA), em parceria com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) e o Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial do Maranhão (INMEQ), realizaram nesta sexta-feira (15), na Casa Albano Franco, o Fórum de Barreiras Técnicas de Exportação e Importação.
O encontro reuniu a o vice-presidente executivo da FIEMA e presidente do CIEMA, Cláudio Azevedo, senadora Eliziane Gama, empresários do setor produtivo, acadêmicos, representantes sindicais e a diretoria da FIEMA. A proposta foi abrir um espaço de diálogo para discutir entraves técnicos que dificultam o comércio exterior e apresentar estratégias para superá-los, especialmente no contexto das exportações maranhenses.
As chamadas barreiras técnicas são exigências de normas, regulamentos e certificações que, embora tenham o objetivo de garantir segurança e qualidade, muitas vezes se transformam em obstáculos para empresas brasileiras.
Segundo o presidente do INMEQ, Eliel Gama, a adequação às regras internacionais é essencial para que o Maranhão amplie sua presença no mercado global.
“Neste momento de tantas incertezas, é necessário que todos os setores da indústria estejam unidos para buscar alternativas. O INMEQ, junto com o INMETRO, vai mostrar que, além de um bom poder de negociação, é necessário estar preparado para atender às normas técnicas exigidas em outros países, principalmente em mercados emergentes, como os países asiáticos”, afirmou.
Ele ressaltou que, assim como produtos importados precisam do selo INMETRO para entrar no Brasil, as exportações brasileiras também devem atender a exigências técnicas dos países de destino. “O problema é que, às vezes, essa regulamentação de outros países é desproporcional. Nosso objetivo é mostrar que o INMETRO pode ajudar o empresário a romper essas barreiras e acessar novos mercados”, completou.
Para o coordenador-geral de articulação internacional do INMETRO, Paulo Silva, o fórum representa um esforço para aproximar o órgão das indústrias locais. “O objetivo é apresentar nosso trabalho e mostrar que estamos aqui para prestar serviço aos empresários. Ao conhecer o tema das barreiras técnicas, eles poderão desenvolver melhores estratégias de exportação e estabelecer canais mais eficientes de comunicação conosco”, explicou.
Ele destacou que o Maranhão foi o primeiro estado fora do eixo Rio-São Paulo a receber o evento, reforçando a relevância do setor industrial local. “Queremos expandir essa iniciativa para estados com grande potencial, como o Maranhão, que já demonstra força no setor produtivo”, afirmou.
O vice-presidente executivo da FIEMA e presidente do CIEMA, Cláudio Azevedo, ressaltou que a qualificação do empresariado é um dos pontos centrais da discussão. “Estamos debatendo alternativas com o governo federal, através do INMETRO e do INMEQ, para que nossos empresários estejam preparados para exportar e importar, superando barreiras alfandegárias e sanitárias”, disse.
Cláudio Azevedo reforçou que a qualidade é requisito básico para a inserção no mercado internacional. “Hoje, o mercado é extremamente exigente. Esse fórum é fundamental para enfrentarmos juntos esses desafios”, completou.
O diretor-presidente do Instituto Maranhense do Abacaxi, Geovane Andrade, destacou o potencial de internacionalização do produto de São Domingos do Maranhão. “Estamos aqui para estreitar relações com o mercado internacional e colocar o abacaxi de São Domingos na Europa e no Oriente Médio. Tivemos participação recente em uma feira internacional, o que gerou grande interesse pelo nosso produto”, afirmou.
Palestras e painéis técnicos - A programação contou com apresentações sobre o papel do Brasil em acordos internacionais (MERCOSUL, ALADI e OMC), a importância da infraestrutura da qualidade e estratégias para superar barreiras técnicas.
Entre os palestrantes, participaram: Paulo Roque Martins Silva, coordenador-geral da Coordenação-Geral de Articulação Internacional (CAINT/INMETRO), que apresentou um panorama sobre barreiras técnicas, serviços do Inmetro e negociações comerciais. O chefe da Divisão de Superação de Barreiras Técnicas, Reinaldo Wacha, que discutiu os resultados do SGT-3 do Mercosul e o Codex Alimentarius e o engenheiro químico, Rogério de Oliveira Corrêa, que abordou normas voluntárias de sustentabilidade e suas implicações para a competitividade.
O fórum representou uma oportunidade para alinhar políticas, fortalecer a competitividade e impulsionar as exportações brasileiras em um cenário global cada vez mais exigente.