SÃO LUÍS – A recepção oficial ao navio sísmico da empresa norueguesa TGS, realizada no Porto do Itaqui nesta quarta-feira (22/10), marca um avanço significativo para aquisição de dados sísmicos nas Bacias Pará-Maranhão e Barreirinhas, na Margem Equatorial Brasileira (MEQ). Essas operações são decisivas para o aprofundamento do conhecimento geológico da região, o que fortalece a base para futuras atividades de exploração e produção de petróleo no estado. A presença do navio sísmico no maior porto público do Arco Norte do Brasil simboliza a capacidade técnica e operacional da região para suportar projetos de alta complexidade no setor energético.
O navio utilizado nesse trabalho, o Ramform Titan, é o maior navio sísmico do mundo, construído em 2013 no Japão, com 104 metros de comprimento e 70 metros de largura na popa, além do característico formato em delta. Equipado com até 24 cabos sísmicos (streamers) para mapear o fundo do oceano, ele realiza operações de alta precisão essenciais para a indústria de energia, captando informações detalhadas do subsolo marinho. A área da atividade do Ramform Titan está situada a cerca de 140 km da costa da Ilha de Lençóis, no município de Cururupu, em águas com profundidade superiores a 200 metros, o que reforça a complexidade e a escala do projeto realizado no Maranhão.
LEILÃO - Um dos próximos passos desse trabalho que vem sendo articulado há cinco anos pelo Governo do Estado, Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), Gasmar, academia e demais parceiros é a inclusão dos blocos das bacias do Maranhão no leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A inserção desses blocos nas rodadas de licitação é vista como essencial para viabilizar o desenvolvimento da indústria petrolífera local, atrair investimentos e impulsionar a economia regional. O leilão permitirá que as áreas exploratórias sejam ofertadas às empresas.
Além disso, a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Maranhão, localizada em Bacabeira, tem importante conexão com a Margem Equatorial. A ZPE é vista como ponto estratégico que poderá ampliar o desenvolvimento econômico da região, facilitando a instalação de empresas ligadas à cadeia produtiva do petróleo e gás. Essa integração logística entre a infraestrutura portuária do Itaqui, a campanha sísmica da TGS e a ZPE cria um ambiente propício para o crescimento sustentável da indústria energética no estado.
DADOS GEOLÓGICOS - A visita ao navio da TGS no Porto do Itaqui ocorre em um momento bastante decisivo para a exploração da Margem Equatorial Brasileira: a concessão de licença pelo Ibama para que a Petrobras perfure o primeiro poço exploratório de petróleo na costa do Amapá, que também integra a MEQ, que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte, passando pelo Pará, Maranhão e Ceará. “A licença pode representar o pontapé inicial no sentido de explorar as duas bacias do nosso estado. O momento é ímpar. A presença da TGS tem um efeito simbólico extraordinário. Nós acreditamos fortemente que esse segmento industrial poderá ser de grande expressão no futuro”, afirmou Luiz Fernando Renner, vice-presidente executivo da FIEMA.
"Estamos comprometidos com o avanço tecnológico e científico para garantir uma exploração sustentável na Margem Equatorial, fortalecendo a parceria com universidades locais e ampliando o conhecimento sobre a região", afirmou David Hajovsky, vice-presidente executivo da TGS. João Corrêa, country manager da TGS Brasil, destacou que "nossos investimentos refletem o compromisso em atuar como parceiros estratégicos do Maranhão, trazendo inovação e sustentabilidade para o setor energético". Monica Drotleff, vice-presidente da TGS na América Latina, disse que "os projetos da TGS impulsionam o desenvolvimento econômico da região, geram empregos, movimentam o setor portuário e promovem o monitoramento ambiental essencial para a preservação da biodiversidade local".
Carlos Brandão, governador do Maranhão, destacou a importância da autorização do Ibama para pesquisas exploratórias no Amapá e frisou que "essa é uma grande oportunidade para o desenvolvimento econômico sustentável, com geração de emprego e renda, além do compromisso em atrair investimentos que conciliem crescimento econômico e preservação ambiental". Já a presidente da EMAP, Oquerlina Costa, ressaltou que "o Porto do Itaqui está preparado para apoiar projetos de alta complexidade, sendo uma base logística estratégica fundamental para o sucesso das operações offshore na Margem Equatorial".
Quem também participou da visita ao navio sísmico foi Allan Kardec, presidente da GASMAR. Para ele, "a luta pela exploração responsável da Amazônia e da Margem Equatorial é histórica e política, representa uma oportunidade inédita para o Maranhão se consolidar como um polo energético de grande porte". O deputado federal Pedro Lucas, que preside a Frente Parlamentar em Defesa da Margem Equatorial, reiterou seu compromisso ao afirmar que "é vital mobilizar politicamente para incluir os blocos do Maranhão nas rodadas de licitação, conciliando desenvolvimento econômico e proteção ambiental". Já a senadora Eliziane Gama falou que "a Margem Equatorial é uma das maiores reservas estratégicas do Brasil e é preciso avançar com responsabilidade e equilíbrio”.
Também estiveram presentes no evento Sebastião Madeira, chefe da Casa Civil do Estado; Júnior Marreca, secretário de Estado da SEINC; Pedro Chagas, secretário de Estado da SEMA e Suzana Colares, gerente de governança corporativa da GASMAR, entre outras autoridades.